Traçando a árvore genealógica da minha família

Traçando a árvore genealógica da minha família

Todo mundo tem uma história de família, mas nem todo mundo se dá ao trabalho de descobrir a fundo as raízes dos seus antepassados. Eu sempre me interessei pela minha linhagem familiar e decidi traçar a árvore genealógica da minha família.

Comecei com minha avó materna, Dona Ana. Ela nasceu na década de 1920, em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. A partir dos registros da igreja local, descobri que seus pais eram João e Maria. João era agricultor e Maria trabalhava em casa, cuidando dos filhos e ajudando o marido nas tarefas do campo.

Aos poucos, fui montando o quebra-cabeça da minha família. Conversei com parentes mais velhos, revirei armários em busca de documentos antigos e fiz pesquisas na internet. Descobri que meu bisavô João tinha seis irmãos, todos eles também agricultores. Um deles, chamado Manuel, foi preso durante a ditadura Vargas por ser militante político.

Minha bisavó Maria tinha sete irmãos, todos eles mulheres. Isso porque a mãe dela havia ficado viúva cedo e precisou criar as filhas sozinha. A família era muito unida, com as tias de minha avó se reunindo frequentemente para costurar, cozinhar e conversar.

Passei a investigar também a linhagem do meu avô materno, Seu Antônio. Ele nasceu em São Paulo, mas sua família era originária de Portugal. Por meio de um site de genealogia, descobri que o sobrenome da família era originalmente Silva e que eles haviam emigrado para o Brasil no final do século XIX.

Mas o trabalho mais difícil foi descobrir a história da minha família paterna. Meu avô paterno, Seu José, nasceu em uma fazenda no interior de Goiás. Sua mãe, Dona Maria, faleceu quando ele era criança e ele acabou sendo criado pelos avós paternos. O problema é que os registros da igreja onde ele nasceu foram destruídos em um incêndio.

Foi preciso fazer muita investigação para descobrir as raízes da família de meu avô paterno. Com a ajuda de um historiador local, descobri que a fazenda onde ele nasceu pertencia a uma família influente da região, os Guimarães. O pai de meu avô, Seu Joaquim, era funcionário da fazenda, responsável pela criação de gado.

Os Guimarães eram uma família grande, com muitos filhos e netos. Descobri que o avô de meu avô, Seu Antônio, havia sido empregado deles por muitos anos, assim como outros parentes mais afastados. A família Guimarães era conhecida por sua riqueza e poder, tendo exercido cargos políticos importantes na região.

Descobri também que a avó de meu avô paterno, Dona Aurora, havia sido criada em um orfanato em outra cidade. Ela nunca conheceu seus pais e, por isso, passou boa parte da vida tentando descobrir suas origens. Foi emocionante encontrar registros de seu batismo e saber que ela havia sido acolhida pelos padres da cidade quando era bebê.

Dando continuidade à pesquisa, descobri que a família de minha avó paterna também era originária de Portugal. Eles haviam se estabelecido em Goiás no final do século XVIII e haviam sido uma das primeiras famílias a se mudar para a região.

Ao longo da pesquisa genealógica, aprendi muito sobre a história do Brasil e sobre a vida das pessoas comuns que habitavam o país no passado. Descobri que minha família é parte dessa história e que as lutas e realizações dos meus antepassados fazem parte da minha própria trajetória.

Por meio da genealogia, pude conectar-me a uma rica herança cultural e identificar traços da personalidade de meus antepassados em mim mesmo e nos outros membros da minha família. Descobri que somos resultado de uma sucessão de vivências e escolhas que se iniciaram muito tempo antes de nascermos.

Em resumo, traçar a árvore genealógica da minha família foi uma experiência incrível e enriquecedora. Recomendo a todos que façam o mesmo e descubram as raízes de suas próprias histórias de família.